Todas as pessoas tem um tipo de música favorito e provavelmente repudiam violentamente os outros; não quero dizer músicas individuais, mas categorias de música - como música de câmara, rock ou jazz. Fiz um teste com um grupo de amigos (da Vila Clementino) em uma atividade em grupo. A reflexão foi extraída do livro: "O ouvido pensante" Murray Schafer.
Pedi que enumerassem seus tipos de música preferidos e os não preferidos enquanto eu os escrevia. Rotulei-os como "aceitos" e "não aceitos".
A seguir transcrevo trecho do livro para apreciação e reflexão:
As respostas são dadas e copiadas. Depois de alguns momentos o quadro fica assim:
MÚSICA ACEITA NÃO ACEITA
Jazz Música Folclórica
Música Popular Ópera
Música de Câmara Jazz
Ópera Música Moderna e
Música Country e do Oeste Eletrônica
Música de Banda Música Sinfônica
Musicais Música Country e do
Peças favoritas de Música Oeste
SCHAFER:— Vejo um bom número de categorias em ambas as colunas. O que vocês acham que indica?
ALUNO: — Mostra que as pessoas tem gostos musicais diferentes.
SCHAFER: — Você acha que isso é bom ou mal?
ALUNO: — Eu acho que é bom, porque mostra que há muitas personalidades diferentes e um tipo especial de músicas para cada uma.
SCHAFER: — Você quer dizer que as pessoas gostam apenas do tipo de música que reflete sua própria personalidade? Você gosta só de um gênero?
ALUNO: — Eu gosto de Country e do Oeste.
SCHAFER: — Só?
ALUNO: — Também de música de banda.
SCHAFER: — para toda a classe. Quantos de vocês gostam apenas de um gênero de música da nossa lista? Mãos? Ninguém se manifesta. Mais de um? Todas as mãos são levantadas, agora, deixem-me fazer uma comparação por um momento.
Quantas religiões temos representadas aqui nesta classe?
Descobre-se que há um número de alunos de várias seitas protestantes e outros de religião judaica. Deixem-me perguntar: quantos de vocês pertencem a mais do que um desses grupos mencionados? Ninguém levanta a mão. Cada um escolhe somente uma religião. Todavia, ninguém de vocês restringe seu interesse musical a um gênero apenas. É claro, então, que você pode gostar de mais de um gênero musical, sem ter uma crise de consciência por isso. Essa é uma distinção muito importante entre o julgamento de uma manifestação artística e de outro tipo de atividade intelectual. Com a religião — e o mesmo é verdadeiro para política ou filosofia —, você aceita um sistema que lhe parece o mais razoável, porém, fazendo isso, automaticamente nega todos os outros. Não é possível alguém ser comunista e capitalista ao mesmo tempo, assim como ninguém é judeu e mulçumano. Mas a apreciação artística não é assim; ela é um processo acumulativo; você descobre novos pontos de interesse, porém isso não quer dizer que precise negar o que gostava antes.
Alguém pode confirmar esta observação pela experiência pessoal?
quarta-feira, 30 de junho de 2010
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